PCS | Plataforma para o Crescimento Sustentável

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desafio 9 - Competitividade

Concretizar uma justiça capaz de melhor realizar o Estado de Direito

Há problemas indesmentíveis que, de há muito, tolhem a justiça portuguesa.

Muitos desses problemas residem no desempenho dos tribunais, tema ao qual a Plataforma para o Crescimento Sustentável dedicou a sua atenção, dada a influência negativa que tais problemas acarretam para o desenvolvimento da sociedade portuguesa.

São problemas recorrentes, revelados sobretudo no excesso de pendências e nos atrasos processuais ou nas disfunções reconhecidas nalgumas áreas, como a ação executiva ou o segredo de justiça e as prescrições em processo criminal.

São problemas que ocorrem numa das funções soberanas fundamentais do Estado, que desprestigiam objetivamente os operadores judiciários – com a agravante de estes, através dos seus mais altos responsáveis, esgrimirem frequentemente divergências em público, que geram sentimentos de impunidade, que acarretam insegurança no comércio jurídico, que desvirtuam as relações económicas e que atemorizam o desenvolvimento empresarial e o investimento.

Os portugueses muito generalizadamente descreem da sua justiça, seja quanto ao mérito das suas decisões, seja quanto à capacidade dos responsáveis políticos e institucionais de a regenerarem.

Paralelamente o nosso sistema jurídico degradou-se acentuadamente, fruto de uma falta crescente de qualidade da legislação e de um notório abuso da intervenção legislativa, independentemente de quaisquer avaliações de impacto, o que gera insegurança e incerteza jurídicas, nalguns casos insuportáveis.

Pode mesmo falar-se de um desprezo pelo direito, ao ponto de se estar a caminhar, porventura tão impercetível quanto inconscientemente, para um estado de mera legalidade: a legalidade como instrumento de opções políticas, quando deviam ser estas a realizar o estado de direito.

Existe uma sensibilidade claramente insuficiente sobre a dimensão essencialmente jurídica de qualquer decisão pública; ou, pelo menos, concebe-se o direito como mera técnica de redação de normas, ao sabor dos concretos objetivos decisórios.

E, como também se ignora a dimensão valorativa do direito e a natureza determinantemente argumentativa do seu pensamento científico, pura e simplesmente não se percebem os desaires jurídicos, vistos como mera entropia burocrática e como bloqueios inconcebíveis às vontades políticas.

Face à crise que persiste, impõe-se uma análise crítica séria. É necessária uma rutura para que o nosso sistema de tribunais passe a responder às necessidades dos cidadãos e das empresas; uma rutura que traga estabilidade ao dia a dia dos tribunais e a confiança dos cidadãos no seu desempenho. Trata-se de uma mudança profunda e abrangente, sistematizada e articulada, participada e financiada; de algo que seja, simultânea e coerentemente, estrutural e estruturante. Fracassaram de vez as tradicionais intervenções pontuais e desgarradas.

Impõe-se uma atitude de responsabilidade ativa dos titulares das instituições que constituem o nosso sistema de justiça, para que desenvolvam um diálogo construtivo, assumam consensos bem estruturados e suportados em análises serenas e concretizem solidamente as melhorias que urgem nos tribunais portugueses, com assunção pública de compromissos por objetivos progressivos e consistentes.

Sem descurar a qualidade das normas que titulem essas melhorias, há igualmente que assegurar as condições metodológicas e sociológicas para a produção dos reais efeitos reformistas pretendidos. Que passam também por um desafio cultural com que o nosso sistema judicial se confronta: o de ultrapassar o seu tradicional fechamento sobre si mesmo, para se abrir ao escrutínio do seu mérito pelos portugueses. Como é natural nas sociedades abertas e responsáveis e como é, aliás, reclamado pelo verdadeiro sentido de legitimação da justiça quando se afirma que esta se faz em nome do povo.

Neste contexto, defendemos as seguintes orientações estratégicas e recomendações:

  • Concretizar uma justiça capaz de melhor realizar o estado de direito:
  • independentemente da insuficiência de meios económicos
  • com qualidade em todo o território
  • em tempo útil e com procedimentos equitativos
  • garantindo a reparação coerciva dos direitos violados
  • sem impunidade e assegurando a adequada proteção do segredo de justiça
  • por intermédio de recursos humanos qualificados e apoiada em meios tecnológicos práticos e fiáveis 
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RELATÓRIO PARA O CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL

Consulte o "Relatório para o Crescimento Sustentável: uma visão pós-troika".

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