Alternativa Sustentável

É hoje evidente que o nosso modelo de desenvolvimento não é viável, nem é sustentável. Por falta de ambição dos governos na resposta a desafios globais – como as alterações climáticas, a extinção de biodiversidade, a pobreza e as desigualdades, a autocratização, os conflitos e as migrações forçadas – estamos a viver a crédito do Planeta.

Mas também estamos, na prática, a viver a crédito dos nossos filhos quando não ousamos resolver os problemas estruturais que já se tornaram crónicos: o crescimento económico medíocre; a dívida pública muito elevada; o envelhecimento da população; a insustentabilidade do sistema de pensões; as desigualdades sociais e territoriais intoleráveis; a precariedade laboral; a elevada carga fiscal; o nível baixo de investimento público; a falta de confiança na justiça, na democracia e nos partidos políticos; a elevada dependência alimentar e energética do exterior; o nível baixo de produtividade; a dificuldade no acesso a habitação condigna.

Este modelo traduz-se numa gigantesca hipoteca cujo pagamento é endossado às novas gerações.

Policy papers

Atendendo à severidade dos desafios globais, à gravidade dos problemas e ao atual contexto de policrises – crises múltiplas e que se sobrepõem como as alterações climáticas, a extinção de biodiversidade, a pandemia, a guerra na Ucrânia, a inflação, a instabilidade nas cadeias de valor globais, o agravamento dos preços da energia e dos alimentos – não deixa de ser confrangedor o imobilismo e a superficialidade que dominam o debate político nacional. É do fracasso na resposta a este confisco do futuro que se alimenta o populismo político e o alheamento eleitoral dos cidadãos. 

À vulnerabilidade do tempo que vivemos, junta-se a aceleração tecnológica com uma Inteligência Artificial (IA) que ganha vida própria.

De quantas mais crises e de quantos mais relatórios internacionais precisaremos para perceber que temos de mudar de vida? 

Em face da enorme exigência colocada pelos desafios globais e pelos nossos problemas estruturais, assim como do sonambulismo que assola o sistema partidário, imbuída do mesmo espírito que norteou a preparação, em 2012, do Relatório “Uma Visão Pós-Troika”, a PCS assume agora a responsabilidade de promover uma Alternativa Sustentável capaz de reabilitar o nosso direito ao futuro.

No âmbito do projeto “ALTERNATIVA SUSTENTÁVEL – Superar as crises, reformar as políticas e liderar o crescimento sustentável”, formularemos uma plataforma de ideias e de medidas alinhadas com a ambição de posicionar Portugal, no prazo de uma década, no topo de 4 indicadores fundamentais: no ranking do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas; no Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas; no Índice de Bem-Estar da OCDE; e acima da média europeia no PIB per capita. 

Este projeto, assente nos princípios informadores da nossa carta constitutiva:

– Levar a democracia mais longe;

– Afirmar uma sociedade de valores e de consciências;

– Dar mais influencia aos cidadãos com menos influencia do estado;

– Promover adequadamente a flexibilidade e a segurança no trabalho;

– Valorizar o conhecimento e a cultura empreendedora;

– Apostar numa nova carteira de atividades económicas;

– Fomentar a economia verde;

– Estabelecer um novo modelo territorial;

– Assegurar uma justiça célere e eficaz;

– Tornar Portugal Ativo nos desafios globais;

 

É desenvolvido em torno de 9 missões críticas:

  1. Modernizar o Estado, aprofundar a democracia e melhorar a confiança na justiça, tendo em conta o uso de IA;
  2. Promover a ciência, a cultura e o conhecimento em prol de uma sociedade mais justa e de uma economia mais competitiva;
  3. Assegurar a coesão territorial, a sustentabilidade das cidades e o direito à habitação condigna;
  4. Proteger a saúde, combater as desigualdades sociais e enfrentar a crise demográfica;
  5. Combater as alterações climáticas, liderar a revolução energética e a economia circular;
  6. Proteger o Oceano, a biodiversidade e os recursos hídricos, remunerar os serviços dos ecossistemas e valorizar o capital natural;
  7. Aumentar a competitividade e produtividade da economia, tendo em conta a disrupção da IA no futuro do trabalho;

Reduzir a dívida e promover uma fiscalidade mais inteligente;

Aprofundar o projeto político europeu e promover a cooperação internacional.

Precisamos de um diálogo virtuoso e permanente entre Sociedade, Ciência, Presente e Futuro, capaz de mitigar e combater as Alterações Climáticas e lidar com a IA – Uma Alternativa Sustentável.